Home Colunas CRÔNICA: Metropolitano? É de comer?

CRÔNICA: Metropolitano? É de comer?

Eu tinha seis ou sete anos quando o meu pai me levou pela primeira…

por Sidney Silva
0

Eu tinha seis ou sete anos quando o meu pai me levou pela primeira vez ao Augusto Bauer. É óbvio que as lembranças que eu tenho daquele tempo já se passam em minha memória com certo desfoque, mas vivi muitas coisas com o quadricolor do vale.

Bem no começo da minha história com o Brusque Futebol Clube, eu pouco entendia sobre futebol. Com aquela idade, meu objetivo no gigantinho era comer pipoca e beber um copo de guaraná por jogo. Não me importava muito com os resultados— coisa que mudou pra caramba anos depois, afinal, hoje em dia eles me dão dores de garganta por berrar comemorando ou reclamando.

Eu era uma criança criativa e bastante observadora. E quando você vai aos jogos do Brusque, é inevitável ouvir a torcida falar algo sobre o clube de Blumenau, Metropolitano, principal rival do marreco.

Naquela época, eu costumava ir ao quarto do meu pai, antes que ele dormisse, para conversar sobre as coisas que uma criança tem a dizer. Um dia, refletindo sobre o nome do clube rival (que na época eu não sabia que era um clube), perguntei ao meu pai, que estava quase dormindo:

— Pai, metropolitano é um trem de chocolate, creme e morango?

Associei a palavra Metrô com Napolitano e ganhei risada de resposta. O meu interesse pela língua portuguesa e sua magia não é de hoje. O entendimento sobre futebol se desenvolveu, mas a mente comilona continua a mesma.