Home Colunas Me lesionei, e agora? O que o profissional que vai me tratar precisa saber?

Me lesionei, e agora? O que o profissional que vai me tratar precisa saber?

Olá pessoal, meu nome é Erica Aguiar, sou fisioterapeuta e a partir de hoje…

por Sidney Silva
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Olá pessoal, meu nome é Erica Aguiar, sou fisioterapeuta e a partir de hoje estarei fazendo parte da equipe de colunistas do EsporteSC.  Vou contar um pouquinho pra vocês sobre minha trajetória profissional.  

Formei-me em fisioterapia em 2009 pela UNIVALI, após isso fui para São Paulo onde realizei minha primeira pós-graduação, me especializei em Fisiologia do Exercício pela Universidade Federal de São Paulo, foi uma experiência fantástica, lá tive a oportunidade de acompanhar a rotina dos atletas no centro olímpico, além de vivenciar o processo de avaliação, reabilitação e reintegração à prática esportiva. Já imaginou o quanto de tecnologia eles tinham a disposição? Era simplesmente impressionante. Retornei à Santa Catarina e realizei residência na área de Ortopedia e Traumatologia Desportiva no Instituto Niso Balsini (Joinville) com o Drº Niso Eduardo Balsini, após isso, achei que seria interessante um aprofundamento maior na área de Terapia Manual, para isto realizei pós-graduação em Osteopatia (CBO), formação no Método Busquet ( Leopold Busquet); Trilhos Fasciais (José Prado Júnior); aperfeiçoamento em Fáscias e Tratamento Visceral com o francês Serge Paoletti (fisioterapeuta da equipe italiana de ciclismo Astana); General Osteopathic Treatment (G.O.T.) com Paolo Tozzi, entre outras formações. Hoje realizo mestrado em fisioterapia no Laboratório de Postura e Equilíbrio (LAPEQ) na Universidade do Estado de Santa Catarina, presto monitoria no curso de pós-graduação em Osteopatia do Colégio Brasileiro de Osteopatia e ministro aulas na área de Terapia Manual. Mas por qual motivo eu quis compartilhar tudo isso com vocês? 

 Quando iniciamos um trabalho de reabilitação no praticante de atividade física ou um atleta de alta performance que sofreu uma lesão por exemplo, nosso olhar como profissional, precisa ser muito criterioso e vai muito além da lesão apresentada. Como profissional eu preciso conhecer a modalidade que ele pratica para entender a mecânica utilizada durante a atividade (gesto esportivo) e ter o mínimo de conhecimento sobre qual tipo de demanda energética é necessária para tal atividade. Então ter o conhecimento da fisiologia e biomecânica é essencial, para que a partir disso possa ser definido um bom plano de tratamento e o mais importante, devolver o atleta ou praticante à sua atividade. 

Algumas perguntas são importantes: 

 – Qual grupo muscular está participando deste movimento (gesto esportivo ou mecânica utilizada)? 

– Quais articulações são participantes? 

 – Elas podem estar sofrendo algum tipo de sobrecarga? 

 – Essa sobrecarga é por alguma alteração anatômica (da própria estrutura da pessoa) ou é por um fator tensional? 

 -Será que o gesto esportivo está sendo realizado de forma correta a fim de economizar energia daquela estrutura ou há alterações na biomecânica que aumentaram o gasto energético e geraram fadiga no segmento predispondo à lesão? 

 – Este fator de tensão corporal, se houver, é próximo ao local da dor ou está em algum ponto à distância? 

 – Será que é por fraqueza muscular que ele (a) tem dor? 

 – Está faltando alongamento? 

 – Será que foi realizado algum exercício de forma errada por isso a dor apareceu? 

 – A periodização do treino está adequada respeitando todas as fases pré-competição?    

Estes foram apenas alguns exemplos de perguntas que devemos fazer. Mas vamos devagar, teremos bastante tempo para discutir sobre tudo isso. 

 O que quero deixar claro é que uma avaliação detalhada do corpo do indivíduo e a definição de qual foi a possível causa da lesão é o passo inicial para iniciar um plano de tratamento efetivo. Após isso, treinar o gesto esportivo com a mecânica adequada, é o melhor caminho para evitar recidivas.  

 Qual “viciado” em exercício não quer poder retornar o quanto antes a praticar sua atividade?   

 Quer melhorar seu atleta/aluno/paciente? Realize um trabalho em equipe, não existe fórmula melhor. 

Se você é atleta ou pratica atividade física e tem sugestões de temas a serem discutidos, deixe seu comentário!

Até a próxima!