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Semana trágica

Foram se passando os dias veio outro sentimento, a indignação por saber que tudo poderia ser evitado. Por falha humana sonhos foram destruídos.

por Redação
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Eram mais ou menos 1h15 da manhã de terça-feira, quando um sonho virou pesadelo. A realidade tão próxima findou-se num trágico acidente aéreo. Perderam-se 71 vidas, vários sonhos, carreiras e um só sentimento: tristeza.

Foram se passando os dias veio outro sentimento, a indignação por saber que tudo poderia ser evitado. Por falha humana sonhos foram destruídos.

Heróis de um estado
O que estes garotos haviam feito já tinha entrado para a história de Santa Catarina. Um time do estado, de uma cidade de 210 mil habitantes, chegando à final de um torneio sul-americano. Perderam-se vidas humanas, nasceram heróis de uma cidade, de um estado, que para sempre serão lembrados.

Mitos
Vidas são vidas, todas são sentidas quando vem a perda, mas tem atletas que serão imortalizados em Chapecó. Já eram ídolos, agora serão eternos. Marcos Danilo Padilha, 31 anos, vivia a sua melhor fase. Fez a defesa mais importante de sua vida no último minuto de jogo em Chapecó na semifinal contra o San Lorenzo (ARG). Um monstro debaixo das traves, um exemplo fora de campo. Se eu fizesse parte da cúpula da Chape aposentaria a camisa 1.

Outro que será sempre lembrado é Bruno Rangel, maior artilheiro com a camisa da Chape. Um cara humilde e que com certeza fez muita gente feliz em sua carreira. Outro que merece menção é Sandro Palaoro. O dirigente que revolucionou a Chape de um time de Série D a um time finalista de Sulamericana. Um exemplo de gestão: time que paga em dia e tudo certinho; até o décimo quarto salário se pagava. Palaoro valorizava a todos, um dirigente mente aberta e que certamente teria muito a ensinar para alguns dirigentes desse Brasil.

Delfim
Eu não era muito fã de Delfim, achava um administrador muito centralizador, estava há 30 anos no poder. Mas temos que saber separar o pessoal do profissional. Delfim era um senhor, tinha netos, esposa, filhos e muitos amigos. Era, fora de sua função, um boa praça e amigo dos amigos.

Imprensa
A imprensa brasileira também perdeu vários personagens importantes neste acidente aéreo, dentre eles, Mario Sérgio, Victorino Chermont, Deva Pascovicci e Paulo Julio Clement, da Fox Sports, Giovani Klein da RBS TV, Guilherme Marques da TV Globo e vários radialistas de Chapecó. Todos merecem ser lembrados, pois estavam entrando para uma história de campeões.

O milagre
É muito difícil escapar alguém vivo num acidente aéreo, mas nesse da Chape seis heróis sobreviveram: três atletas, um jornalista e dois comissários. Follman, Neto  e Alan Ruschel, atletas; e Rafael Henzel, radialista de Chapecó, se salvaram. Deus deu uma nova chance e prova que milagres existem.

Cocada
O Brusque FC perdeu um ex-colaborador neste acidente aéreo: Anderson Donizete Lucas, carinhosamente conhecido como Cocada, roupeiro do clube. Cocada era um rapaz simples e muito dedicado. Ele tem uma página YouTube  chamada “Vida de roupeiro”, onde contava as histórias de como eram os vestiários. Antes de mais nada era um incentivador do grupo. Tirava dinheiro do próprio bolso para investir em incentivos morais a jogadores. Você leitor dessa coluna ajude a página “Vida de roupeiro” chegar a marca de 100 mil visualizações e entrar na seleta galeria de páginas com essa marca, o que rende um reconhecimento do YouTube. Parabéns, Cocada, você foi um gigante nesse seu 1,60 metros.