Home FutebolEscolinha de Base Atividades das escolas de futebol de base seguem interrompidas e preocupam dirigentes

Atividades das escolas de futebol de base seguem interrompidas e preocupam dirigentes

Assim como a base de grandes clubes brasileiros, a escola de futebol, coordenada por Andreone Reis, sente e ainda sentirá os impactos da pandemia. Segundo ele, além das desistências dos alunos, uma vez que os treinamentos continuam apenas de forma on-line, o futuro dos jogadores de alto rendimento está em risco. "Os atletas acima de 13 anos acabam mais prejudicados, pois esse período é um ano perdido para eles e é ainda mais no ano seguinte, quando eles passam para a próxima categoria", revela.

por Redação
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Após a emissão do novo decreto na noite de segunda-feira (10), o qual ainda determina a suspensão de atividades de esportes coletivos, as escolinhas de futebol de categorias de base do município estão, mais uma vez, paralisadas. Dentre os cinco meses de idas e vindas das atividades, a escola de futebol da Sociedade Beneficente e Recreativa Santos Dumont retornou por apenas 20 dias seus treinamentos e encontra inúmeros desafios para retomar os trabalhos.

Assim como a base de grandes clubes brasileiros, a escola de futebol, coordenada por Andreone Reis, sente e ainda sentirá os impactos da pandemia. Segundo ele, além das desistências dos alunos, uma vez que os treinamentos continuam apenas de forma on-line, o futuro dos jogadores de alto rendimento está em risco. “Os atletas acima de 13 anos acabam mais prejudicados, pois esse período é um ano perdido para eles e é ainda mais no ano seguinte, quando eles passam para a próxima categoria”, revela.

A preocupação com esses atletas, de acordo com Reis, é em relação a preparação física e também a falta da prática da atividade, uma vez que é essencial nesta fase de desenvolvimento profissional. Segundo ele, essa paralisação influencia diretamente a carreira dos jogadores que passam por momento cruciais da profissão.

De acordo com o coordenador, em muitos setores novas alternativas foram discutidas em conjunto ao poder público. Entretanto, com as escolas de futebol de base não houve essa conversa. Reis destaca que entende os riscos que o futebol coletivo pode oferecer, mas assim como as demais categorias, precisam dar continuidade aos trabalhos. “Existem muitos meios para trabalhar com as crianças para elas não ficarem só em casa, como por exemplo, com as atividades ao ar livre e em grupos menores. Com a volta, através de todos os cuidados, podemos contribuir com a saúde de cada um, uma vez que a atividade física é essencial para as crianças”.

A situação se repete entre outros clubes da cidade. Conforme o coordenador do Laboratório de Desenvolvimento de Futebol, Osnildo Kistner, os momentos difíceis que os clubes enfrentam durante a pandemia vão além dos gramados. Segundo ele, a questão comercial está sendo muito prejudicial, pois o clube não possui fonte de renda para manter seu quadro de funcionários.

As aulas, assim como acontece com os atletas da escola do Santos Dumont, são realizadas em casa, de forma remota. Kistner observa, no entanto, que mesmo com essa possibilidade as dificuldades são inúmeras. “Uma das principais questões é o fato de não ter a mesma motivação, o mesmo estímulo com o professor orientando as atividades e os colegas de equipe interagindo durante as atividades recreativas.”

Ainda de acordo com o coordenador, é difícil projetar novas perspectivas para o clube. Segundo ele, a única certeza é que quanto maior for a demora no retorno, maior será o prejuízo. Conforme destaca, a perda não será apenas na questão de formação do atleta, mas sim na questão de saúde de cada um, como obesidade infantil, colesterol, diabetes e até mesmo problemas com ansiedade.

Academias tem horário flexibilizado

O decreto emitido na semana passada pela Prefeitura de Brusque, o qual determinava a redução de horário de atendimento das academias, gerou reclamações por parte dos profissionais de Educação Física. De acordo com o responsável da WT Energy, William Todt, o funcionamento entre às 6h e 20h fez com que a ida a academia se tornasse uma tarefa difícil. “Ficou inviável que os alunos conseguissem se programar para ir a academia”, revela.

De acordo com os profissionais, o horário estabelecido anteriormente prejudicava a demanda das academias, uma vez que o período permitido era horário comercial. Em função disso, na última sexta-feira (7), os profissionais realizaram um movimento de manifestação nas redes sociais através de uma imagem, a qual apontava a importância da flexibilização do horário de atendimento das academias. “Exercício físico. Para a saúde, restrição de horários das academias não é a solução!”, dizia a mensagem.

Além disso, outro ponto levantado pelos profissionais é em relação a conscientização da importância da abertura das academias, diante da pandemia que todos enfrentam. O coordenador da Forma Studio Personal, Alex Sandro Landeira, ressalta que não são apenas as academias que oferecem risco de contaminação. “Hoje, qualquer ambiente que pessoas tenham contato com outras, oferece risco pelo corona vírus. Como profissional de educação física sempre prezamos pela saúde”.

Após a publicação do decreto número 8.692, na noite de segunda-feira (10), as academias puderam voltar a atender entre às 5h e 23h. As medidas estabelecidas buscam combater a pandemia do coronavírus e são válidas por sete dias contados a partir de 11 de agosto.