Home Corrida Atleta de Blumenau conquista medalha de ouro em ultramaratona na Áustria

Atleta de Blumenau conquista medalha de ouro em ultramaratona na Áustria

Foram 218 quilômetros, mais de 35 horas, de corrida, mas a atleta blumenauense Dianne Schaldach conseguiu o título da Ultramaratona Race Across Burgenland na Áustria. A prova foi feita em Kalch no domingo (26) atravessando 53 cidades do país.

por Redação
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Foram 218 quilômetros, mais de 35 horas, de corrida, mas a atleta blumenauense Dianne Schaldach conseguiu o título da Ultramaratona Race Across Burgenland na Áustria. A prova foi feita em Kalch no domingo (26 de agosto) atravessando 53 cidades do país.

Um desafio gigante, Dianne conquistou o título com muita dificuldade. “Foi uma experiência extraordinária! Por alguns momentos achei que não conseguiria, foi chuva, escuridão total, horas e horas sem encontrar nenhum outro corredor. Fiquei sem bateria no relógio depois do segundo ponto de hidratação, e não consegui chegar no terceiro, porque ele é desmontado em uma determinada hora e passei lá 30 minutos depois. Adormeci caminhando…”, conta ela. “Mas, ao mesmo tempo, foram tantos momentos de contemplação, de sentir a energia do lugar, das pessoas, tanto as que estavam aqui fisicamente, quanto as que estavam aqui em pensamento, passar por florestas incríveis, sentindo o cheiro e a energia das árvores, receber amor e carinho de pessoas que nunca tinham me visto antes … e ver várias delas me esperando e festejando na linha de chegada”, conta ela.

Outra dificuldade da prova foi o próprio treino para o percurso. “A preparação é dura porque não vivo da corrida. Trabalhar normalmente e treinar para uma ultramaratona exige treinos noturnos, ou madrugadas para dar conta da quilometragem da planilha.  Treinava uns 30 quilômetros por dia, às vezes 40. Sempre segui a planilha de treino que o Daniel (de Oliveira, também ultramaratonista), passa pra mim”, explica Dianne, que trabalha na  Justiça Federal em Blumenau.

“Mas a mente manda muito mais que o corpo. Acho que o equilíbrio vem do quanto você realmente deseja fazer alguma coisa. O mesmo treino pode ser um inferno ou algo maravilhoso! Você decide isso. Tudo que fazemos com amor não gera sofrimento, por mais difícil que seja”, completa a mulher que chegou a ter feridas nas costas para terminar o percurso por causa da mochila de hidratação.

Dianne também conta que decidiu fazer essa por causa de uma conexão familiar que tem ela. “Essa corrida é especial, senti que tinha que fazer assim que vi. É meio inexplicável, mas segui meu coração, vi que teria essa ultramaratona na Áustria,  e na hora pensei na minha bisavó que era austríaca. Foi como se tivesse uma ligação, não sei, mas ela já é falecida faz muitos anos, uns 16 ou 17 eu acho. Estava em busca de um desafio maior e essa é a ultramaratona mais difícil da Áustria”, termina a atleta.