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Esporte e Educação tendem a andar juntos ou separados? Veja o que pensam os candidatos a prefeito de Brusque

A pauta entrou em discussão em virtude de alguns problemas identificados por professores que desenvolvem o trabalho de rendimento estarem vinculados à pasta e também dependerem da estrutura da mesma muitas vezes para desempenharem suas funções.

por Redação
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A vinculação entre esporte de rendimento e sua dependência da Secretaria de Educação foi o quarto tema levantado por EsporteSC.com na sabatina com os candidatos a prefeito de Brusque. A pauta entrou em discussão em virtude de alguns problemas identificados por professores que desenvolvem o trabalho de rendimento estarem vinculados à pasta e também dependerem da estrutura da mesma muitas vezes para desempenharem suas funções.

Segundo Jones Bósio, do DEM, em seu eventual governo a Secretaria de Esportes terá mais foco e autonomia para fortalecer o segmento. “Embora a Educação possa estar ligada, acredito que ela deve trabalhar de forma paralela com o esporte, em pastas separadas”, defende.

Gustavo Halfpap, do PT, diz que o orçamento da Educação tem que ser usado na Educação. “Penso que são duas coisas bem distintas. Uma é o orçamento da Educação e outra da Fundação Municipal de Esportes. Penso que nós remuneramos alguns treinadores ou atletas para fazermos os Jogos Escolares, o esporte escolar, mas os técnicos, professores e eventuais atletas do esporte de rendimento tem que ter uma outra fonte orçamentária”, comenta.

Dr. Jonas, do PSB,, defende a sintonia entre as pastas. “Não pode haver uma dissociação neste sentido. Isso é uma coisa que pode ser pensada. Ver como é que está lá o contrato, como é que feito isso dentro da própria Secretaria de Educação”, afirma.

O candidato Odirlei Dell’Agnolo, o Bah, do partido Solidariedade, diz que a gestão do esporte deve ser feita por quem gosta de esporte. “Como sou um administrador desconcentrador de poder e descentralizador, a ideia é que (a FME) seja independente. A gestão do esporte tem que ser feita por quem quer o esporte fluindo”, diz.

Chico Cordeiro, do Psol, acredita que a única solução para isso é a fusão das pastas. “Existem esses contratempos porque não há um trabalho em conjunto e nem calendário unificado. Por isso a gente sugere: tem que funcionar numa cabeça só, num planejamento só. Se quisermos fazer com que estes dois calendários andem juntos, a gente vai ter que fundir e ter um calendário só”, afirma.

Veja como cada candidato se posicionou sobre a questão conforme a pergunta abaixo

Pergunta 4/10 – Atualmente a Fundação Municipal de Esportes tem dependência significativa da Secretaria de Educação, seja no pagamento de treinadores vinculados à pasta ou até mesmo para uso dos ônibus ou da estrutura de forma geral. O fato de alguns técnicos de rendimento trabalharem vinculados ao calendário da educação também atrapalha o desenvolvimento dos atletas. Qual a sua posição sobre essa situação? (Sidney Silva, diretor de jornalismo de EsporteSC.com)

JONES BÓSIO (DEMOCRATAS)
Uma secretaria mais ou menos fica vinculada à outra. Se você fala de esporte também é saúde, também é educação. Também tem a cultura, a dança. Por isso nós queremos fazer a Secretaria de Esportes, no máximo Esportes e Lazer. Nós queremos dar ênfase nesta secretaria, a importância de ter esta secretaria é de focar, claro que a educação também pode estar ligada, mas ela tem que passar pela secretaria que ela vai responder, que é a Secretaria de Esportes.

Automaticamente a criança que está praticando esporte, ela está ocupada, a educação é automática. Ela está sendo ocupada naquele momento, não está com a cabeça vazia. Em um período atrás havia registro na carteira com 14 anos, hoje é com 18. O que você faz com esse adolescente, este jovem que está parado? Ocupá-lo com esporte, ou com arte ou com dança. Você precisa fazer isso, não necessariamente só futebol, tem várias modalidades.

Temos este trabalho e acredito que a educação trabalha paralela com o esporte, mas em pastas separadas. A educação cuida lá da questão física e estrutural dos alunos e professores e a Secretaria de Esportes cuida da parte esportiva, onde está responsável. Vamos botar pessoas técnicas neste setor para que saibam o que estão fazendo e discutindo com a comunidade.

CHICO CORDEIRO (Psol) 
Acho que existem esses contratempos porque não é feito um trabalho em conjunto. É um trabalho da Fundação de Esportes de um lado e da Educação do outro. Então os calendários não fecham e quando fecham falta planejamento dos dois lados, ou um se planeja direito e outro não se planeja, e aí não dá. Por isso a gente sugere: tem que funcionar numa cabeça só, num planejamento só. E outra tem que começar a mexer na base.

A gente pode pegar como exemplo a Alemanha, no futebol. A Alemanha para ser campeã ela investiu na base, então o mercado é muito bom. Está certo que para o campeonato alemão ela buscou muita gente de fora, para fortalecer o campeonato, mas se pegar os últimos dez anos antes da Copa do Mundo que eles ganharam, eles investiram muito na base, no futebol de base. 

Da mesma maneira nós, se quisermos fazer com que estes dois calendários andem juntos, a gente vai ter que fundir e ter um calendário só. Para que ter dois calendários? Você tem um calendário de Jogos Escolares e outro da Fundação de Esporte. Nunca vai dar certo. No nosso entendimento é fazer o trabalho em conjunto, não tem outra saída. Do jeito que está, e já tem quase 20 anos que está dessa forma, não resolveu. Nunca deu certo, então só há uma alternativa, mudar e a mudança seria canalizar tudo na secretaria de Educação, que é uma pasta que tem mais recursos, uma estrutura melhor.

ODIRLEI DELL’AGONOLO “BAH” (SOLIDARIEDADE)
Como eu sou um administrador desconcentrador de poder e descentralizador, a ideia é que seja independente. A gestão do esporte tem que ser feita por quem gosta de esporte, quem pratica esporte, por quem quer o esporte fluindo e nós temos que criar um cultura esportiva tão ampla quanto seja possível na nossa cidade. Então, é um modelo que tem de ser discutido, essa vinculação com a secretaria de educação, os prós e os contras. 

Se esta atrapalhando a prática do dia a dia do esporte desse atleta da escola é obvio que nós temos que dar independência total. Se esta colaborando mais do que prejudicando, nós vamos manter o que esta funcionando bem, e separar o que não esta funcionando, para dar independência ao esporte, isso é fato. Independência a qualquer setor, inclusive, não no modelo de secretarias mas, eu vejo tudo muito independente. A própria gestão de esporte tem que vir da base e as definições dali, e depois praticadas. 

Eu, como poder executivo, só vou incentivar. Vou fazer minha parte como administrador e vou dizer, faça o que vocês definiram, essa é a minha ideia. É muito construção com a comunidade, com quem esta praticando, por que não dá pra discutir esporte com quem não pratica esporte, com quem não esta dentro do esporte então, basicamente, eu vejo com muita independência, até por que com independência quem esta a fim de fazer vai lá e faz, não fica dependendo de ninguém.

Dr. JONAS (PSB) 
Eu acho até que tem que haver uma sintonia, é fundamental. Não pode haver uma dissociação neste sentido. Eu como médico, eu vejo isso aí, e qualquer um que olha a situação, tem que haver uma sintonia, tem que haver uma sequência, talvez até, isso é uma coisa que pode ser pensada, ver como é que está lá o contrato, como é que feito isso dentro da própria Secretaria de Educação e tal, repasses de verba, ver essa situação.

Como é que se encontra, porque, por enquanto, tenho um pacote fechado. Eu tenho a ideia de quando assumir a prefeitura fazer uma ouvidoria pra ver a real situação que está lá dentro. A gente não vai assumir e abraçar a coisa assim não. Pra ver e colocar os pingos nos “is”, pra tentar acertar para a máquina começar a andar de maneira sincrônica. Isso é fundamental, não pode começar assim, entra um prefeito, entra o outro, colocar briga de partidos lá dentro: eu sou do Prudêncio, eu sou do Bóca Cunha. Daí fica gerando lá dentro interesses peculiares partidários fúteis que não trazem nenhum bem para a sociedade, traz só malefício, que favorece um, mas desfavorece outro. Fica aquela briga e cria até uma animosidade entre eles, né, da própria prefeitura, da própria Secretaria de Educação.

Dentro do próprio esquema que tem na cidade. Eu acho isso muito grave, muito grave mesmo. A gente assumindo, vai ter que olhar com responsabilidade, com calma e ver… porque a gente sabe que a prefeitura tem um déficit financeiro muito grande. A arrecadação caiu em função do momento do Brasil e há reflexo aqui interno. Então, a gente vai fazer o possível para sincronizar isso e resolver esta situação. Estamos com um pacote fechado, mas vamos chegar lá para acertar isso daí. 

GUSTAVO HALFPAP (PT) 
Na verdade, o orçamento da Educação tem que ser usado na Educação, eventualmente penso nós remunerarmos alguns treinadores ou atletas para fazermos os Jogos Escolares, o esporte escolar, e eventualmente eles atenderem também outras demandas. São profissionais que esse trabalho é a vida deles, são esportistas. 

Então nos pensamos em dar atenção ao esporte escolar, em uma parceria forte com a Educação, Jogos Escolares, e a própria educação física, talvez mudar um pouco o cunho, seria a iniciação esportiva inclusiva, mas os técnicos, professores e eventuais atletas do esporte de rendimento tem que ter uma outra fonte orçamentária e serão remunerados desde que tenhamos recursos em alguns esportes específicos para alavancar esse interesse, e nas parcerias que temos que buscar, mediante essa possibilidade da Fundação Municipal de Esportes.

Penso que são duas coisas bem distintas. Uma é o orçamento da Educação e outra da Fundação Municipal de Esportes. Não sei se me fiz entender, mas nós não podemos misturar os dois orçamentos, são coisas distintas. Vou citar a realidade, nós pagávamos os professores lá para fazer esse trabalho com os alunos e eventualmente existia esse trabalho de rendimento. Eles eram incentivados por essa remuneração e se sentiam assim mais livres para fazerem o que mais gostam. Os esportistas, como os artistas, não é somente uma profissão, eles também têm aquilo como um talento, uma profissão de vida, diferente muitas vezes de um mecânico, pedreiro, advogados, esses esportistas e artistas têm um apego maior a sua função.

NOTA DE ESPORTESC.COM
Atendendo o princípio de paridade, EsporteSC.com tentou ouvir os candidatos Jadir Pedrini (Pros) e Bóca Cunha (PP) sobre os temas da sabatina. Pedrini, por meio de sua assessoria de imprensa, não mostrou interesse em discutir a pauta, já o candidato Bóca Cunha, após confirmar presença, não compareceu, segundo sua assessoria em virtude de um imprevisto de última hora.

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