Por Gustavo Assi – Coluna Psicologia do Esporte
Que o esporte e a atividade física podem ser uma ferramenta aliada ao desenvolvimento humano, não dá para discordar. Décadas de estudos sobre os impactos dessas práticas na nossa saúde física e psicológica estão aí para comprovarem isso. Não muito distante, estão outros benefícios que a prática de esportes e atividades físicas pode proporcionar: Mudanças sociais.
Porém nem tudo é um mar de rosas. O esporte não é bom ou mau por natureza (talvez poucas coisas assim o sejam, ou talvez até nada). O esporte contemporâneo, por exemplo, surgiu como uma prática que buscava reforçar estereótipos e aumentar a desigualdade entre diferentes camadas sociais. Não só isso, ainda hoje valoriza ideais de grandeza e conquista sob o outro, no qual muitas vezes uns poucos indivíduos conseguem sucesso e um número imensurável cai no ostracismo e esquecimento.
O uso do esporte como uma ferramenta transformadora da realidade social então surge, mas com objetivos diferentes. Em um projeto social direcionado a crianças e adolescentes, os objetivos primordiais são: a educação para formação integral, formação de habilidades socioemocionais, educação para cidadania e, consequentemente, a inclusão social. Desse modo, integrar a parte lúdica ao esporte pode ser o ponto de partida para uma vivência prazerosa da criança com o esporte. É consenso que, no contexto de projetos sociais, a atuação não deve ser voltada prioritariamente para o desenvolvimento de habilidades para o esporte de alto rendimento, mas junto de outros campos do conhecimento como a Psicologia e Pedagogia, sim para o desenvolvimento de um espaço cujo qual possa ser permeado com a troca de experiências, vivências, desenvolvimento moral e emocional de crianças e adolescentes.
