Home Futsal Sonhos em comum: Com cerca de 100 atletas na escolinha e rendimento, Guarani se deparada com dilemas e expectativas

Sonhos em comum: Com cerca de 100 atletas na escolinha e rendimento, Guarani se deparada com dilemas e expectativas

Pelas mãos do treinador José Carlos Torresani, o “Mané”, para os mais próximos, ou Zé Carlos, para aqueles nem tão íntimos, talentos são lapidados para que possam se desenvolver na modalidade e buscar o sonho que, infelizmente, só é alcançado por uma fatia muito pequena da sociedade.

por Sidney Silva
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Todos os dias, no Clube Esportivo Guarani, dezenas de atletas passam pelo clube com o objetivo de 9 em cada 10 meninos brasileiros: o sonho de se tornar jogador de futebol.

Pelas mãos do treinador José Carlos Torresani, o “Mané”, para os mais próximos, ou Zé Carlos, para aqueles nem tão íntimos, talentos são lapidados para que possam se desenvolver na modalidade e buscar o sonho que, infelizmente, só é alcançado por uma fatia muito pequena da sociedade.

Meninos que, mesmo com a pouca idade já tem seus ídolos, suas histórias e glórias, como Henrique Mannrich, atleta Sub-9, que está na escolinha desde os 6 anos. “No meu primeiro campeonato, já ficamos em primeiro na Copa Fube e fiz um gol. Fiz só um gol, mas aquilo pra mim foi muito legal. Participar e de primeira já ganhar”, comenta o jogador, fã de Philippe Coutinho, dois anos após o feito.

Para outros, a vitória as vezes é só um detalhe, o que vale é a confiança demonstrada no brilho dos olhos do nada modesto Marcos Kaique Bosio, de 8 anos. “Estou aqui há dois anos. Escolhi ser goleiro e estou muito focado. Hoje me destaco em quase todos os jogos, a gente nunca consegue ser campeão, mas sempre lutamos para isso”, comenta o fã de Taffarel, a quem o atleta viu atuar apenas por vídeos. Hoje, Bosio ainda tem como inspiração o goleiro espanhol David de Gea, do inglês Manchester United. Quando perguntando sobre o que pensa em ser no futuro, ele, com a pureza de uma criança, mas maturidade de quem sabe o que quer, ele não fica em cima do muro. “Quero ser o melhor goleiro do mundo”, crava.

Para Bruno Coelho Campigotto, 8 anos, o sonho em se tornar jogador de futebol é o mesmo, mas a pressão não é tão grande. “Quero jogar bem e se divertir”, diz. “Jogo há dois anos. Já tive alguns destaques. Faço muitas amizades e é muito legal ficar aqui no clube”, comenta o atleta, fã de Neymar.

Zé Carlos, o malabarista
Dizem que é com um limão que se faz uma limonada e o técnico José Carlos Torresani, o Zé Carlos, vem levando esse ditado bem ao pé da letra. Desde 2010 no clube, ele tem se virado como pode, com apoio dos pais, para manter o sonho das crianças e dos pequenos atletas em pé.

Atualmente, a escolinha do clube é aberta apenas para sócios, o que, obviamente, fez com que o treinador perdesse atletas promissores na equipe de rendimento. Alguns foram segurados com apoio dos pais de terceiros. Tudo por um bem comum: a manutenção das crianças no esporte e, claro, a continuidade do sonho daqueles que eventualmente não possuem uma melhor condição financeira.

Com a mudança, que vem desde o início do ano passado, atualmente o clube ainda passa por um momento de adaptação. Mesmo assim, Zé Carlos tem conseguido bons resultados. A base para captação de atletas tem como foco a escolinha, que funciona de forma recreativa, alguns destaques são selecionados para formar o time de rendimento, que representa o clube e a cidade em competições regionais, estaduais e até mesmo de porte internacional, como a Copa América, que será disputada em Santa Catarina a partir dessa semana, com Brusque sendo uma das sedes.

Pela frente os meninos brusquenses terão o desafio de enfrentar potências do futebol brasileiro, como Flamengo, Náutico e Athletico-PR. Esse é um dos primeiros passos rumo ao desejo de mudança de patamar num futuro não tão distante, mas Zé Carlos é realista. “O primeiro objetivo nessa competição é dar rodagem para os meninos. Não que a gente vá pensando em perder, mas sabemos que vamos enfrentar grande equipes. Só por esse fator já vale um monte, a oportunidade destes meninos enfrentarem escolas diferentes”, diz.

Em 2015, a equipe teve o grande ano na competição, quando o time Sub-11 ficou em terceiro lugar. Apesar de a perspectiva não ser a mesma para esse ano, Zé Carlos comemora o fato de a escolinha viver um bom momento, mesmo ainda consolidando essa fase de adaptação. “No ano passado só participamos de uma competição, que foi a Copa Fube. Esse ano temos times em quatro disputas, que é a Copa Fube, a Copa Catarinense, o Campeonato Regional de Blumenau e o Estadual de Futsal. Nossa escolinha, hoje, graças a Deus, está bem forte”, observa. “Isso é fruto de um trabalho paralelo. Tem o professor Celso que toca a escolinha na segunda, quarta e sexta-feira, com mais de 50 alunos de 7 a 13 anos, e sempre que possível a gente conversa e estou aqui para observar para o rendimento. Uma coisa puxa a outra. A escolinha indo bem automaticamente a gente consegue fazer um trabalho legal com as equipes de base”, comemora.

Fotos: Sidney Silva/EsporteSC