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Veja o que pensam os candidatos a prefeito de Brusque sobre a extinção da FME

As entrevistas foram realizadas pelo diretor de jornalismo de EsporteSC.com, Sidney Silva, pelo também jornalista e repórter de EsporteSC.com, Guilherme Furtado, e pelo diretor comercial do veículo, Ricardo Malacarne.

por Redação
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O EsporteSC.com começa a publicar a partir desta segunda-feira uma série de matérias com os candidatos à prefeitura de Brusque. Todos eles responderam a dez perguntas sobre o tema Esporte. As entrevistas foram realizadas pelo diretor de jornalismo de EsporteSC.com, Sidney Silva, pelo também jornalista e repórter de EsporteSC.com, Guilherme Furtado, e pelo diretor comercial do veículo, Ricardo Malacarne. 

Além disso, algumas perguntas feitas aos candidatos também vieram diretamente do público. Cada uma das dez perguntas sobre os temas: Fundação Municipal de Esportes, esporte de base, rendimento, Vila Olímpica e iniciação esportiva começam a ser respondidos nesta segunda com as matérias sendo vinculadas até quinta-feira.

Participaram das entrevistas Jones Bósio (DEM), Odirlei Del’Agnolo “Bah” (Solidariedade), Chico Cordeiro (Psol), Dr. Jonas (PSB) e Gustavo Halfpap (PT). O candidato Bóca Cunha (PP) confirmou presença, mas não compareceu, segundo a sua assessoria devido a um imprevisto de última hora. Já o candidato Jadir Pedrini, do Pros, via assessoria de imprensa, não mostrou interesse em discutir a pauta.

Sobre a pauta
O primeiro tema da série de matérias foi Fundação Municipal de Esportes. Silva perguntou aos candidatos sobre a possibilidade de extinção ou fusão da FME. Gustavo Halfpap (PT) e Jones Bósio (DEM) se mostraram contrários defendendo mais autonomia da pasta. O petista destacou que a fundação foi criada no governo Paulo Eccel, do qual fez parte, e diz que a FME é importante até mesmo por sua natureza jurídica. “Nós a criamos porque realmente queremos dar autonomia para o esporte, inclusive para buscar parcerias e recursos externos”, destaca.

Já o candidato do partido Democratas diz que a manutenção da FME é fundamental, “pois o esporte está entre as atividades que acabam trazendo saúde e livrando as pessoas da dependência de drogas e outros males”. Bósio defende ainda que a pasta denomine-se “Esporte e Lazer”, com autonomia para o secretário.

O candidato Dr. Jonas (PSB) não se posicionou claramente sobre o assunto, mas considerou a situação de uma “extinçãozinha” da FME como um grave descaso com o esporte. Bah, do Solidariedade, defende que é preciso avaliar custos, com o enxugamento do gasto na gestão. “Talvez o custo de uma FME possa ser aplicado diretamente no esporte”, diz ele, apesar de admitir que ainda não tem uma posição formada.

O único que defendeu de forma aberta uma possível fusão da FME foi o candidato Chico Cordeiro, do Psol. Para ele, esporte e educação não podem caminhar separados. “Então vai haver uma possível intenção nossa de a gente querer juntar secretaria de Esporte, Educação, com a Fundação Cultural também. A gente entende que toda a estrutura da Educação ajuda a ampliar todo o trabalho da fundação de esportes. Com certeza os resultados serão bem mais satisfatórios”, comenta.

Veja abaixo a pergunta completa e a resposta na integra de todos os candidatos. As perguntas foram organizadas na ordem das entrevistas.


Nos últimos dois anos, no período de transição entre os governos Paulo Eccel, Roberto Prudêncio Neto e Bóca Cunha, muito se discutiu sobre o fim ou não da Fundação Municipal de Esportes, o que gerou muita polêmica. Qual a sua posição em relação a isso? Em seu governo existe a hipótese de junção, fusão ou até mesmo extinção da pasta? (Sidney Silva, diretor de Jornalismo de EsporteSC.com)

JONES BÓSIO (DEM)

Tenho a opinião formada que o esporte também é saúde, pois está entre as atividades que acabam trazendo saúde e livrando as pessoas de dependência de drogas e outros males. Então, no nosso governo, vai ser fundamental a gente manter a Secretaria de Esportes, ter um secretário de esportes. O que a gente poderia fazer seria ter uma Secretaria de Esportes e Lazer, mas com autonomia para o secretário poder botar todas as atividades relacionadas ao esporte em prática.

A Secretaria de Esportes, o Governo como um todo, tem uma arrecadação, por exemplo, prevista para 2017, em torno de R$ 558 milhões. Nos outros anos anteriores sempre foi focado no que é muito importante: a Saúde, a Educação, a Infraestrutura. Mas não podemos deixar a Secretaria de Esportes, a da Cultura, a da Assistência Social, as demais secretarias de lado. 

Precisamos dar autonomia para que ela possa por de fato em prática o que ela pretende fazer: o incentivo ao esporte amador, fazer parcerias. Eu tenho visitado clubes por mais de dois anos, por exemplo: Bandeirante, Guarani, Angelina. No período integral a criança pode estar envolvida em alguma atividade esportiva neste clube. Se ele está largado porque tem dificuldade financeira, então você une o útil ao agradável. Você está descontente com o Governo Municipal, não é desse governo, é outros governos. E fazer essa parceria de novo, e ser uma extensão da prefeitura, e lá naquele bairro as crianças podem usufruir daquele espaço para fazer as suas atividades físicas e culturais também.

CHICO CORDEIRO (PSOL)

No nosso programa de governo a gente estabeleceu que esporte e educação não podem caminhar separados. Então vai haver uma possível intenção nossa de a gente querer juntar, Secretaria de Esporte, Educação, com a Fundação Cultural também. A gente entende que Cultura longe da sala de aula fica mais oneroso e não tem o resultado que pode ter junto com a Educação. E a Fundação de Esporte a gente entende que é uma das áreas que têm que caminhar junto com a Educação. Óbvio que a gente entende que com recurso próprio, e hoje a Fundação de Esportes têm recurso próprio, mas a gente entende que toda a estrutura da educação ela ajuda a ampliar todo o trabalho da fundação, até mesmo por uma questão de enxugar de ter um secretário lá ganhando uma fortuna, secretário de Cultura, de Esportes, você pega esse dinheiro e investe no esporte de base dentro das escolas. Com certeza os resultados serão bem mais satisfatórios.

ODIRLEI DEL-AGNOLO “BAH” (SOLIDARIEDADE)

Nós vemos o esporte como o esporte praticado nos bairros. A gente quer incentivar esse tipo de esporte. Com relação a Secretaria Municipal de Esportes a gente tem que avaliar os custos que ela tem por que, de repente, esses custos que têm a secretaria pode ser aplicado no esporte diretamente. Não é tirar verba do esporte é tirar verba talvez da gestão de uma secretaria por que a nossa ideia é ter uma participação comunitária ativa nos bairros, incentivando essa prática do esporte lá em cada bairro.

Então cada bairro terá sua própria organização do esporte por exemplo e, talvez, esse custo que a gente tem para ter um secretário municipal a gente pode ter pessoas vocacionadas que gostam de esporte na sua própria comunidade, sendo que esses recursos hoje gastos com a gestão do esporte em si sejam utilizados com o esporte na prática, então a ideia é enxugar o custo de gestão sempre. E aplicar na prática, no incentivo, no esporte dia a dia, essa é a questão. 

Então, eu ainda não tenho uma posição formada, vou avaliar, porém, garanto o seguinte, os recursos vão ser otimizados para a prática de esporte do dia a dia e como nós vamos enxugar a máquina pública a ideia é incentivar essa prática do esporte no dia a dia, por que isso traz economia e saúde em outras pastas. A prática do esporte incentiva a amizade, incentiva uma série de outras questões, e tira custos sociais de outras pastas.

Dr. JONAS (PSB)

O esporte é essencial à vida. O esporte está ligado à vida do ser humano. A gente sabe que o sedentarismo é uma das causas de câncer, como cigarro e bebida. O esporte é uma coisa que tem que ser ligada direto ao jovem para preparar ele para o futuro e isso vai dar qualidade de vida, vai desenvolvê-lo e vai evitar que ele entre em outro meio com drogas ou problemas maiores. Vai melhorar o desempenho no estudo, melhorando a capacidade de captação e mentalização. Vai fazer um projeto, o próprio jovem faz um projeto para o futuro, para a vida, praticando esporte. Isso é uma diretriz básica e é fundamental o esporte na vida de todo o ser humano. Isso na Rússia era seguido, na China, também, desde pequeno era seguido. Na Grécia antiga também era seguido, berço das Olimpíadas, desde pequeno era ensinado às crianças para desenvolver de acordo com o biótipo deles determinado tipos de esporte.

Acho fundamental o esporte na vida da sociedade, principalmente em Brusque. Uma cidade empresarial, uma cidade forte, uma cidade que já se destacou. Uma cidade que já teve aqui os primeiros Jogos Abertos, foi feito aqui por Arthur Schlosser. Acho isso muito importante para dar continuidade e tocar essa matéria para frente, voltar a pensar mais pra frente, parece que está havendo uma extinçãozinha aí, um descaso com o esporte e isso eu acho grave. Tem que agilizar isso e para que nós não percamos nossos jovens, porque lá no futuro nós vamos ter uma sociedade pior em função de não ter educação nem esportistas. A ideia de esportistas, ou ter a prática ou ser induzido à praticar esporte que leva à maturidade mais precoce com mais segurança, mais firmeza, e melhora até o ego.

GUSTAVO HALFPAP (PT)

A Fundação Municipal de Esportes foi criada na nossa gestão, na gestão do Paulo, à qual eu participei. Nós a criamos para dar autonomia ao esporte até para buscar recursos e fazer parcerias que é a qualidade da fundação. Então a extinção dela está descartada. Quanto a agregar outra função a fundação nós não pensamos neste aspecto. Agora nós a criamos porque realmente queremos dar autonomia para o esporte, inclusive para buscar parcerias e recursos externos. Então não existe essa hipótese. Ela cumpre bem suas funções. 

Penso também que essas economias que eles falam de extinguir algumas secretarias ou um cargo para gerar economia penso que não seja por aí. Por que extinguem-se os cargos, mas as funções e as necessidades continuam existindo e alguém tem que cumprir essas funções. Pela natureza da Fundação de Esportes acho ela importante, por ela ter a importância que o esporte requer. Além da natureza jurídica dela, de ter essa autonomia financeira. Penso que talvez a gente ainda não tenha conseguido utilizar tudo isso, talvez pela inexperiência na gestão, dos gestores lá, mas agora é o momento. Até mesmo pela redução de receitas em alguns casos, da fundação ter mais autonomia para ir atrás de recursos, parcerias, pra diversificar…. e me falta o termo aqui… dinamizar o esporte na cidade. Então, não está no nosso plano de governo extinção da FME, muito pelo contrário. Temos que dar mais autonomia, colocar um gestor bastante criativo, que pensa em relação tanto na área esportiva como na cidade como um todo, para que tenhamos essa inter-relação entre a sociedade e o esporte aqui na cidade.

Na terça-feira (27) os candidatos respondem sobre o projeto denominado “Vila Olímpica” e também se posicionam sobre suas diretrizes relacionadas a priorização de investimentos no esporte de base ou rendimento. Não percam.